segunda-feira, 13 de junho de 2011

Há um cais de porto, pra quem precisa chegar




Tudo me lembra -va-  você. Quando você foi embora, decidi que as mudanças teriam de ser bruscas, ou então eu ficaria mergulhada na fossa a vida inteira. E eu não estava afim. Comecei com o óbvio, joguei fora tudo aquilo que você me deu; pelúcias, roupas, cartas, fotos, lembranças de viagens, etc.  Depois, comecei a mudar coisas em mim que me lembravam você;  Mudei minha lanchonete de fé e meu refrigerante favorito não é mais fanta laranja. Parei de ir na Fridays aos sábados, parei de fazer compras na Lendarium, parei de caminhar quinta a tarde. Mudei meu perfume, comprei cores diferentes de baton, fiz luzes no cabelo, mudei o corte, o penteado. Parei de dizer tudo o que penso, comecei a dizer tudo o que sinto. Parei de usar meia calça no frio – aquela porra nem esquenta mesmo - , coloquei um vestido para alongar as pernas, um corpete para que o tronco não desfaleça sobre elas e troquei a cor das cortinas. Comprei cortinas mais claras, mais fáceis de abrir... deixo todos os dias o sol entrar.





...Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar...
Pitty, Na sua estante.

4 comentários:

Carol Fernandes disse...

faço minhas as palavras da pitty! isso aqui tá um luxo, beijos.

Poiares, J. disse...

Né? Essa música é inspiração certa!

Obrigada, linda ;*

Caroline disse...

Essa música é linda e esse seu texto me fez relembrar porque gosto tanto da sua escrita. Adorei <3

Poiares, J. disse...

a música é linda mesmo! s2

Obrigada, Carol ;**