segunda-feira, 27 de junho de 2011

Polêmica, livre arbítrio e afins.

* Para entender o que será tratado no texto é necessário assistir o vídeo, ou ao menos ler a nota que saiu no Yahoo no dia 27 de jun.





   Já faz um tempo em que eu penso em fazer um texto abordando este assunto, mas temerosa em relação a possíveis represálias, me calei. Entretanto essa nota da Yahoo foi a gota d'agua, incrível como nos dias de hoje, onde todo mundo grita por aí: VAMOS CULTIVAR AS DIFERENÇAS! Uma pessoa que expõe sua opinião, sai como vilã. Antigamente ser hetero era certo e homo errado, agora mudou né? Ser hetero é errado, morte aos heteros!
   Em momento algum a deputada demonstrou preconceito ao expor sua escolha, em momento algum ela disse que demitiria a empregada desta forma: Vai pra rua, sua lésbica nojenta! E-m m-o-m-e-n-t-o a-l-g-u-m. Vamos transpor isso para um exemplo mais banal: Se eu não quero que os meus filhos brinquem de terra, eu vou evitar que eles frequentem parques onde tenha terra, certo? É basicamente isto que a Deputada quis dizer, ela não generalizou dizendo que os gays são pedófilos, ela quer evitar essa realidade e tem todo o direito, na minha concepção. Mas ela não pode fazer isso, porque as pessoas perderam o direito de ser como elas são, na verdade elas nunca tiveram esse direito e nem terão se a banda continuar tocando nesse ritmo. As pessoas tem que ser como a moda dita, e ser bi hoje em dia tá super-em-alta, então já que todo mundo é bi, vamos depreciar todos que não sejam, para que todos se tornem e votem em mim. Tô mentindo?
   A forma como as pessoas encaram a realidade é triste, existe uma grande diferença entre destratar alguém por conta de suas opções e não concordar com as mesmas. Se por um lado os homossexuais fizeram sua escolha de se relacionarem com alguém do mesmo sexo, eu fiz a minha de não me relacionar e não querer que meus filhos se relacionem, não por uma questão de preconceito e sim por uma questão de princípios, e os meus princípios e os da deputada Myrian são fundamentados em uma lógica heterossexual. Algum problema com isso?
    O grande câncer, na verdade, não está no homossexualismo, heterossexualismo, bi, tri, tetra ou penta... está na mídia, que cada dia mais quer se alimentar dos problemas alheios. Está na forma como tudo isso tem sido abordado, a mídia impõe que os homossexuais lutem por seus direitos irracionalmente, que eles façam isso de forma a obrigar uma sociedade arcaica e alienada, num único gole, engoli-los garganta a baixo. E isso é muito polêmico e pouco eficaz, ou seja, vende. Se vende, para eles, tá bom.
     Repudio o preconceito, mas repudio ainda mais a hipocrisia. Se você homo, bi, tri ou whatever luta pelos seus direitos, faça isso primeiro respeitando o direito do outro, esse é o primeiro passo para liberdade que você luta tanto. NINGUÉM, além de Deus, tem o direito de te julgar, mas você não pode achar que as coisas vão mudar da noite pro dia se você impor sua opção as pessoas que não fizeram a mesma escolha que você, isso é o que eles querem que você ache, porque eles querem vender jornais, revistas, e conseguir acessos em cima do seu suor, da sua dor. Não seja idiota!


Só pra constar: Eu concordo de a até z com o discurso da deputada, odeio o preconceito com todas as forças, mas da mesma forma que eu não chego em uma boate gay - maior manifestação de preconceito ever: boate gay - e fico dando amassos no meu namorado, espero que tenham a mesma consideração com a minha pobre pessoa. Não por uma questão de preconceito ou "nojo" e sim porque se você gosta de música clássica e eu não, certamente não ficarei contigo enquanto estiver escutando-a e vice-versa, embora não vá te odiar, te bater e te chutar só porque você gosta. Todos ganhamos de Deus o livre arbítrio e devemos usá-lo da forma certa, só que o conceito de certo e errado muda de pessoa para pessoa, fazer o que?! A essência é essa. Kissmethruthephone ;*



"Em nota divulgada no início da noite desta segunda, Myrian Rios disse ter sido mal interpretada e pediu desculpas por seu discurso. "Repudio veementemente o pedófilo e jamais tive a intenção de igualar esse criminoso com o homossexualismo. Se entenderam desta maneira, peço desculpas", disse no comunicado."


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um desejo, um pedido, uma prece


# Eu não acho que o amor, de uma forma geral,
seja a coisa que mais importa...
Acho que o amor, de uma forma geral,
é a única coisa que importa.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Há um cais de porto, pra quem precisa chegar




Tudo me lembra -va-  você. Quando você foi embora, decidi que as mudanças teriam de ser bruscas, ou então eu ficaria mergulhada na fossa a vida inteira. E eu não estava afim. Comecei com o óbvio, joguei fora tudo aquilo que você me deu; pelúcias, roupas, cartas, fotos, lembranças de viagens, etc.  Depois, comecei a mudar coisas em mim que me lembravam você;  Mudei minha lanchonete de fé e meu refrigerante favorito não é mais fanta laranja. Parei de ir na Fridays aos sábados, parei de fazer compras na Lendarium, parei de caminhar quinta a tarde. Mudei meu perfume, comprei cores diferentes de baton, fiz luzes no cabelo, mudei o corte, o penteado. Parei de dizer tudo o que penso, comecei a dizer tudo o que sinto. Parei de usar meia calça no frio – aquela porra nem esquenta mesmo - , coloquei um vestido para alongar as pernas, um corpete para que o tronco não desfaleça sobre elas e troquei a cor das cortinas. Comprei cortinas mais claras, mais fáceis de abrir... deixo todos os dias o sol entrar.





...Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar...
Pitty, Na sua estante.

sábado, 11 de junho de 2011

I wanna be the rain



As lágrimas nunca vieram tão quentes, a dor nunca veio tão impiedosa. Nunca fizera tanto frio em Junho, o coração nunca pediu tanto para parar. Tal qual aquelas pessoas torturadas de filme americano que imploram pela morte. Faltava alguns dias para o Dia dos Namorados, e embora o presente que ela tinha gastado uma fortuna e boas horas planejando estivesse quentinho e bem guardado em seu armário, seu namorado – ex - já tinha pego o ônibus, debaixo de chuva, para casa. O ponto estava quase vazio, no celular tinha 148 chamadas não atendidas da sua mãe, talvez o ônibus dela já tivesse saído há alguns minutos, mas ela não conseguia se mover. Ela lembrou Caio Fernando de Abreu e chorou pela guerra cotidiada e pelos apelos de paz não atendidos. E depois começou a lembrar dela mesma, por tantas vezes ela deu segundas chances, por tantas vezes ela rezou para que ele mudasse, por tantas ela sorriu para confortá-lo com o próprio coração em cacos. Por tantas vezes ela saiu correndo atrás dele enquanto subia no ônibus dizendo que iria reconsiderar, dizendo que eles iriam superar isso juntos. Por tantas vezes ela quis ser forte mas cedeu a força daquele sentimento louco. E de onde veio a força agora? Ela não sabia, só sabia que a temperatura da água que caía do céu estava muito baixa, como a de seu corpo... exceto a cabeça, sua cabeça fervilhava. Até que uma voz rouca, que competia com o barulho da chuva, interrompeu seu martírio interno.

- Ei menina, este é o último ônibus... você vai ou não?

E ela subiu no ônibus em movimentos de robô, sem saber direito se aquilo era só um reflexo do hábito, ou se ela ainda tinha vontade de voltar para casa. Sentou-se no banco, pela primeira vez em muito tempo, sem saber o por quê de estar voltando, o por quê de estar sentando, respirando, subindo degraus... sem saber o por quê.

 
 
* Esta história é fictícia, mas não significa que não pode ter acontecido ;}

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Infinity





Ela: Eu te amo.
Ele: Você sabe medir o tamanho desse amor?
Ela: Não, mas é muito...
Ele: Muito muito?
Ela: Muito muito...
Ele: Eu também te amo.
Ela: Você sabe medir o tamanho desse amor?
Ele: 8.
Ela: 8?
Ele: Deitado...


Diálogo real :*