Ele não faz o tipo de cara que despertaria meu interesse. Quando eu digo para ele; ‘se você não tivesse se interessado, nada rolaria’, não tô fazendo charminho ou qualquer mulherzice similar. Não rolaria mesmo! Esse é um dos motivos pelos quais eu fico tentando explicar a mim mesma o que foi essa volta que a vida deu. Que me sacudiu, me bateu, deixou tonta e depois me jogou nos braços dele. E então um dia eu acordei pensando em alguém que não tinha uma namorada irritantemente doce feito doce de batata doce. Acordei pensando em alguém fora dos padrões que eu tinha criado para os homens. Acordei pensando em alguém que – surpresa! – também acordou pensando em mim.
Vejo muitas meninas azarando a própria sorte – e eu já fui uma delas -, praguejando ao vento por não saberem dar valor ao que tem, murmurando porque a vida mandou o cara certo na hora errada. Ironia. A vida me mandou o cara errado na hora certa.
Atrás de mim eu tinha um histórico (que eu ainda tenho!) de dedo podre, expectativa zero e um puta medo de passar pelas mesmas coisas de novo (que eu não tenho mais.). Dos lados, nada a perder. E na frente? Bom, na frente eu tinha ele. Não consigo lembrar de nenhuma página da minha vida que fosse escrita em letras tão legíveis quanto as que estou escrevendo agora. Mal posso esperar para escrever mais, mal posso esperar para viver mais. Ao lado dele, é claro.
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