sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Epifania de Natal






Eu estava entrando na rua do meu apartamento que estava coberta de neve, com algumas - muitas - últimas compras de Natal penduradas, enquanto ele caminhava para sair da mesma rua. Não percebi que ele estava vindo em minha direção,e em um hollywoodiano esbarrão todas as minhas compras foram pro chão, inclusive meu café quentinho. M a l d i ç ã o !
Fiquei atrapalhada com o susto e com mais café na minha bota novinha, por causa dele de novo. - Você precisa parar de derramar café na minha Prada. - e ele soltou meu sorriso favorito e implicou -

- Não são muitas compras pra quem vai passar o Natal sozinha, ô meio palmo? - levantou-se, e me ajudou a levantar -

- Sou bem conservadora para certas coisas, - disse sem olhar muito para ele, ajeitando ocabelo e pegando as coisas no chão - Faz um favor? Já que você derramou de novo - enfatizei - meu café, joga o copo descartável no lixo pra mim, tá? - revirei os olhos - Obrigada e - dei um beijo efusivo no rosto dele e saí falando - Feliz Natal.

- Claro que sim, senhorita... - ele disse enquanto eu me distanciava - E ah! Pede pra Papai Noel mais café... ou botas novas! - levantei os braços cheios de sacolas, sem olhar pra trás e ainda andando,  imaginei a boa risada que ele deve ter dado - Feliz Natal...

Era realmente estranho passar o Natal sozinha com tanta comida, mas não tive como fugir pro Brasil desta vez, eles precisavam muito de mim na revista e era minha - talvez - única chance de subir por lá. Mas eu não estava deprimida, preparar uma ceia toda sozinha me dava uma sensação de independência e solidão que... não era exatamente ruim.

Estava tudo pronto, pela primeira vez eu tinha uma árvore de Natal de Pinheiro legítimo, estava tudo muito colorido, a mesa deliciosa e eu já tinha falado com minha família. Meus cabelos estavam molhados, cheirando a Victoria's Secrets, meu corpo com uma roupa bem confortável, também cheirando a Victoria's Secrets e meu apartamento com um aquecedor ligado nas alturas. Talvez tenha algo de bom pra ver na TV.

A campainha tocou. Fui abrir.
- Hohoho - o que ele quer agora? pensei enquanto abria a porta - E aí querida, - disse ele enquanto zunia pela porta do meu apartamento a dentro e colocava dois copos da Starbucks coffee na minha mesa, e virava para mim com um gorrinho de Papai Noel ridículo que ficava lindo nele.- como estão os preparativos pro... - interrompeu a frase fazendo uma caretinha e mexendo no cachecol - Nossa, tá tão quente aqui...

Sem me distanciar um centímetro da porta, apenas virei o corpo para olha-lo. Torcendo as víceras para não esboçar nenhuma reação ou jogar a coisa mais pesada e cortante que eu encontrasse contra a cabeça dele, respondi.

- Ótimos... - cética - Mas voc...

- E aí, mandou um e-mail de última hora pedindo um Café pro Papai Noel? - e eu pensei: "maldito!". Não segurei a risada, e deixei a armadura cair enquanto encostava minha cabeça no vão da porta e cruzava os braços -

- Pedi sim. - Arqueei as sombracelhas - E você, pediu o que?

Como um gato capturando um rato ele se aproximou de mim, antes que eu pudesse me esquivar de susto ele já estava a dois centímetros do meu rosto com a mão segurando firme minha cintura. O tom de piada desapareceu do ar e a única coisa facilmente perceptível naquele ambiente eram as respirações se misturando, e as bocas salivando de desejo uma da outra.

- Pedi você.


~

E que 2011 seja doce... Feliz Natal, Sweets ♥






3 comentários:

Caroline disse...

que texto mais rico, mais digno, mais delicinha *-*
provavelmente o seu melhor conto, perfeição a lot *-*

Poiares, J. disse...

Own linda, Obrigada!

Feliz Natal atrasado, viu? kkk e um digníííssimo ano novo!

Caroline disse...

Pra você tb diva ! :D