segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Meninas que engravidam antes do tempo





   Título sugestivo não é mesmo? Pouco poético, porém bastante sugestivo. Não que eu esteja dessas agora de sair jogando as informações por aqui e tchau, mas é que, diariamente esbarramos com realidades como essas do título e, no entanto pouco é falado, a mídia lança campanhas de preservativos e sexo seguro, mas ninguém procura entender de fato o que acontece, ninguém procura sanar o problema. Na maioria esmagadora das vezes, a sociedade julga a menina, o menino, e ninguém sabe direito o que se passa. E ninguém se preocupa também.

   Não estou grávida e nenhuma amiga ou familiar minha que seja adolescente está – que fique claro – mas muitas vezes aquilo que nos arranca críticas e julgamentos é algo que, na verdade, deveria nos despertar para o amor e compaixão. Não vim em defesa de certas caipiras que deprimentemente furam a camisinha do parceiro para “segurá-lo”, a essas eu só digo uma coisinha: Tratem de curar esse buraco imenso no coração de vocês e se toquem que a única coisa que vai acontecer é você começar a ganhar uma pensão alimentícia;  dormir de conchinha e ouvir eu te amo ao pé do ouvido só se consegue com amor e não com filhos.   Continuando, eu vim em defesa daquelas que realmente fizeram a experiência do acidente, para mim custou um pouco falar disso porque vivo a sexualidade de acordo com as convicções católicas, logo sou adepta a castidade. Mas de uns tempos para cá, venho me colocado no lugar dessas jovens que escolheram o sexo por amor secularizado e acabaram entrando nessa realidade da maternidade antes do tempo que elas sonharam. Eu as entendo agora.

    Gente, com o homem não é sempre assim, mas a mulher tem ideais românticos. Ela quer namorar, quer ser levada para jantar, quer sonhar com a festa de casamento, com os padrinhos, quer fazer uma lista de convidados, quer sonhar com a decoração da sua casa e após todo este processo, ela quer sonhar com a maternidade... E quando, por alguma ironia da vida ela se vê esperando uma criança, ela é privada de viver todas estas etapas. Por Deus, imaginem como isso é doloroso. Dor tamanha que muitas vezes as levam a assassinar seus próprios filhos, prática vulgarmente chamada de aborto. Ela tem - é obrigada - que viver tudo o que levaria anos em apenas 9 meses. E daí em diante tudo muda, sua rotina, seus estudos, ela se vê obrigada a se privar de muitos anseios por causa desta nova etapa que precisou ser iniciada na hora errada.

   Meninas, esse assunto precisa ser falado, não só sob uma inspiração religiosa, mas também aplicando isso na prática cotidiana. As jovens precisam ser alertadas que sobre tudo, a vida delas vai mudar. Um casamento as pressas gera muita euforia e pouca preparação, uma menina que casa sob estas circunstâncias, não está preparada para viver o dia-a-dia de um matrimônio, assim como o menino. Não digo isso pelo fato de serem muito novos, porque acho que a idade diz pouco, e sim porque não se prepararam, não desejaram aquilo pelo menos não para aquele momento de seu namoro. Muitos relacionamentos fracassam porque as pessoas não se dão conta da importância que uma criança, um casamento e um marido (esposa) têm.

   Vamos passar isso para frente, parar de julgar as pessoas que vivem essa experiência e amá-las. Porque elas precisam de pessoas que as apóiem, que junto com eles, não deixem a peteca cair. Gravidez tem hora certa, meninas. Fiquem ligadas, nem todos os casos serão como a ilustração deste texto.

4 comentários:

Caroline disse...

Gostei do post, afinal não foi aquela coisa moralista :)

Poiares, J. disse...

Tô correndo dos moralistas fajutos por aí, ninguém tá na pele de ninguém pra saber o quanto dói.

Anônimo disse...

Ótimo, a lei pela lei não salva ninguém. De nada adianta saber de cor as leis, se para isso eu uso como pergaminho a pele dos homens. Gostei muitíssimo da postagem, o que acarreta o problema muitas vezes é esse olhar de desprezo lançado por outros. Quase todo moralista esconde um erro de moral. Digamos, de nada adianta tratar como lixo aqueles a quem a vida está dando uma lição, eles já não estão tão felizes. É preciso acima de tudo tentar dar suporte para que a vida que a partir dali se segue ganhe um pouco mais de sentido. Empurrar o banquinho que segura o enforcado é fácil, quero ver colocar a corda no pescoço.


Leonar Radot

Poiares, J. disse...

O ser humano gosta de se sentir superior, ainda que sua realidade só permita senti-lo quando o próximo está no fundo do poço. Cruel. Mas na maioria esmagadora das vezes, é assim que acontece.