terça-feira, 21 de julho de 2009

Eu, eu mesma e o espelho


Esses dias eu tava me olhando no espelho e caçando as coisas erradas. É, eu realmente sou bem mais baixa que as outras meninas, meus lábios são grossos demais e, meus olhos são lindos. Na verdade, eu sempre achei isso muito ridículo, esse negócio dos meninos olharem pra uma menina e já imaginarem ela nua (caralho! São só peitos e uma bunda!) mas ao mesmo tempo que eu vou contra essa idéia eu acabo sendo conivente a ela.

Eu tinha mesmo era que cortar meu cabelo errado, não usar maquiagem e vestir a roupa mais tosca que eu conseguisse. Eu tinha que sair desse padrão. Tinha que abolir os saltos da minha vida, e aquele rímel que deixa meu cílio semelhante ao de uma boneca. E não só eu, todas as mulheres deviam ir contra essa insistente vontade dos homens de nos verem como um pedaço de carne. Eles nos coisificam porque nós nos coisificamos pra eles!

É tão obvio. E ninguém segue, é tão fácil falar e atirar a primeira pedra. Difícil é dizer não pro menino mais lindo da sua escola que chegou em você pelo simples fato se você ter comprado aquela blusinha vagabunda de 200 reais e pintado seu cabelo de loiro. E não porque você é uma menina legal, que leva chocolate pro orfanato na Páscoa e se recusa a dar mole pra ele de forma descarada no msn. Parece uma coisa simples, afinal você era afim dele. Daqui a pouco você já esta programada e determinada a viver pra agradar os homens, pra se olhar no espelho e dizer: Todos eles vão babar!



É por isso que quando aparece uma menina que você olha e pensa: “Que troço” eles se apaixonam, porque é alguém diferente, e não é só isso, alguém que fez com que eles se apaixonassem mesmo sendo à exceção de todas as regras. Mesmo não tendo um corpo escultural e não ter cabelo liso e loiro. Mesmo não gostando de comédia romântica e nem rindo pra tudo o que ele diz. Elas são aceitas, porque elas sabem que são diferentes, mas ELAS se aceitam como são.

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